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Uma das poucas fotos com Ursula (de verde) e Sabina (de vermelho) juntas. Fonte: Reddit

Sabina e Ursula Erikson – as gêmeas tomatinho

Dizem que irmãos gêmeos compartilham um vínculo que pode desafiar a explicação científica. Alguns dizem que essa conexão é forjada no útero e permite que os gêmeos sintam a dor um do outro ou mesmo se comuniquem por pensamento. Para Ursula e Sabina Eriksson, esse vínculo as levou a uma viagem bizarra, que envolveu força sobre-humana, reality show e assassinato.

Sabina Eriksson e sua irmã gêmea idêntica Ursula nasceram na Suécia em 3 de novembro de 1967 e cresceram na cidade de Värmland, com uma irmã mais velha chamada Mona e um irmão mais velho chamado Björn. Não se sabe muito sobre a infância deles, exceto que as condições em que eles viviam eram ruins e bem pobres. Em 2000 Ursula se mudou para os Estados Unidos e Sabina estava morando em County Cork, na Irlanda, com seu parceiro e dois filhos.

Ursula e Sabina na infância
Fonte: Reddit

Esse caso começou a se desenrolar quando Ursula viajou de sua casa nos EUA para visitar Sabina na Irlanda. No dia 16 de maio de 2008 as irmãs resolveram viajar para a Inglaterra. Elas não avisaram a ninguém, simplesmente foram. As duas pegaram uma balsa e chegaram a Liverpool às 8h30 da manhã. Assim que chegaram, elas foram diretamente para a delegacia, onde Sabina expressou preocupação com a segurança de seus filhos na Irlanda, já que aparentemente ela e o parceiro brigaram na noite anterior.

A polícia de Liverpool entrou em contato com policiais em Dublin e prometeram acompanhar a denúncia. Por volta das 11h30 daquela manhã, a dupla embarcou em um ônibus da National Express com destino a Londres.

Ônibus da empresa National Express
Fonte: Ranker

No entanto, por causa do comportamento errático das duas – como se recusarem a deixar suas bagagens serem verificadas e ficarem agarradas à elas – o motorista fez uma parada não programada por volta das 13 horas, num posto de gasolina e se recusou a deixá-las voltarem ao ônibus.

Presas no posto de gasolina, o comportamento esquisito delas chamou a atenção da gerente do posto, que chamou a polícia, suspeitando que elas poderiam estar com bombas, armas ou drogas nas malas. Mais tarde, foi revelado que elas estavam levando vários telefones celulares, um laptop e os passaportes na bagagem. A polícia chegou e falou com as gêmeas, mas as considerou inofensivas, então os policiais foram embora logo em seguida.

Apesar dos policiais terem dado o número de telefone da empresa de ônibus para que elas entrassem em contato e pudessem embarcar no próximo ônibus com destino a Londres, as gêmeas partiram a pé.

As gêmeas andando pelo canteiro central da rodovia
Fonte: Vice

Sabina e Ursula foram vistas vagando pelo canteiro que divide as pistas da rodovia M6. Os motoristas que passaram pela rodovia e viram a cena, entraram em contato com a polícia rodoviária. As irmãs atravessaram a rodovia, gerando um caos absurdo no trânsito e sofrendo ferimentos leves ao fazê-lo. Logo em seguida os policiais chegaram ao local, ao lado de uma equipe de filmagem do programa de TV Motorway Cops. Essa equipe estava gravando um episódio sobre o trabalho desse policiais e o dia a dia deles. Com certeza eles não esperavam gravar o que aconteceu a seguir.

Os policiais se aproximaram para conversar com as gêmeas e tentarem descobrir o que estava acontecendo. De repente, Ursula correu para o meio dos carros e foi atropelada por um caminhão que estava a 90 quilômetros por hora. Segundos depois, Sabina fez a mesma coisa, correu para a rodovia e foi atropelada por um carro, que estava a mais de 100 quilômetros por hora.

Ursula correndo para a rodovia
Fonte: 60 minutes

As duas irmãs ficaram feridas e o pânico se instalou ao redor delas – as pernas de Ursula foram esmagadas, enquanto Sabina passou quinze minutos desacordada. Ambas as irmãs resistiram à receber ajuda. Ursula cuspiu e arranhou os paramédicos, e gritou para um policial “Eu te reconheço – eu sei que você não é real”.

Quando Sabina recobrou a consciência, ela começou a agir da mesma forma que Ursula e começou a gritar diversos insultos tanto para os paramédicos quanto para os policiais. Ela também gritou “Eles vão roubar seus órgãos”.

Sabina correndo em seguida, enquanto todos socorriam Ursula
Fonte: Reddit

Apesar de ter acabado de ser atropelada, Sabina de repente exibiu uma força sobre-humana, se levantou e deu um soco em uma policial que tentou contê-la. Ela então correu de volta para o meio da rodovia. Dessa vez ela não foi atropelada por nenhum carro e, eventualmente, com a ajuda de vários cidadãos comuns que tinham parado seus carros, ela foi algemada e sedada. Precisaram de seis homens para conter Sabina.

Sabina atacando a policial depois de se levantar
Fonte: R7

Segundo a polícia e os paramédicos, seria muito raro alguém sobreviver a um atropelamento de um caminhão do porte que atropelou Ursula ou a um atropelamento por qualquer carro que estivesse na velocidade do carro que atropelou Sabina. E as duas sobreviveram, estavam conscientes, brigando e Sabina ainda se levantou e correu de novo depois.

Ursula sendo restringida pela polícia
Fonte: R7

Dadas às semelhanças em seus comportamentos, um pacto suicida ou uso de drogas foi rapidamente suspeitado pelos policiais. Depois do incidente a polícia encontrou diversos celulares quebrados no meio das pistas da M6, eram os celulares que elas carregavam nas mochilas.

Todo mundo tentando conter Sabina
Fonte: Youtube

Ursula – cujas pernas foram esmagadas pelo caminhão – foi transportada de helicóptero para um hospital. Sabina também foi levada para um hospital, mas seus ferimentos eram leves e ela foi levada para o tribunal cerca de cinco horas depois, tendo se acalmado consideravelmente.

Seu comportamento deu uma guinada completa em relação à forma como ela estava agindo na rodovia – ela brincou com os policiais, estava amigável e calma e parecia ter esquecido todo o incidente. Ela não perguntou sobre a irmã nenhuma vez, mas estranhamente falou para um oficial “Dizemos na Suécia que um acidente raramente acontece sozinho. Normalmente, pelo menos mais um o segue – talvez dois”.

Sabina no tribunal, agindo normalmente
Fonte: R7

Não foram encontrados medicamentos, drogas ou álcool no sistema de nenhuma das irmãs e, enquanto Ursula permaneceu no hospital, Sabina foi liberada do tribunal no dia seguinte sem uma avaliação psiquiátrica completa, tendo admitido sua culpa pelas acusações de invasão de estrada e agressão a um policial. O tribunal a condenou a um dia de custódia, e foi considerado que ela já havia cumprido essa pena porque estava sob a custódia da polícia desde o incidente no dia anterior.

Assim que Sabina saiu do tribunal, ela começou a vagar pelas ruas da cidade de Stoke-on-Trent, tentando localizar Ursula no hospital. Ela também estava usando a blusa verde de sua irmã e carregando seus pertences – incluindo o laptop e mil libras em dinheiro – em um saco plástico fornecido pela polícia. Às 19h, dois homens locais avistaram Sabina enquanto passeavam com o cachorro de um deles. Um dos homens era Glenn Hollinshead, de 54 anos, paramédico e ex-aviador da Força Aérea Real. O outro era seu amigo Peter Molloy.

Sabina parecia amigável e acariciava o cachorro enquanto os três conversavam. Ela pediu aos homens informações sobre como chegar a pousadas ou hotéis próximos.

Glenn teve pena dela e perguntou se ela gostaria de passar a noite na casa dele. Sabina aceitou e começou a contar como estava tentando localizar sua irmã hospitalizada. Em casa, os três começaram a tomar alguns drinks e o comportamento de Sabina começou a ficar estranho.  Ela parecia nervosa e paranoica, e ficava constantemente se levantando e olhando pela janela. Peter supôs que ela havia fugido de um parceiro abusivo.

Glenn, o bom samaritano que acolheu Sabina
Fonte: BBC

A certa altura, ela ofereceu cigarros aos dois homens, que aceitaram, apenas para ter os cigarros arrancados rapidamente da boca deles por Sabina, que disse que eles podiam estar envenenados, embora ela mesma estivesse fumando. Peter foi embora pouco antes da meia-noite e afirmou que o comportamento de Sabina o deixou muito incomodado e desconfortável.

No dia seguinte, por volta do meio-dia, Glenn começou a ligar para os hospitais da região para ajudar Sabina a encontrar Ursula. Às sete e quarenta da noite, enquanto uma refeição estava sendo preparada, Glenn saiu de casa para pedir saquinhos de chá a um vizinho e logo voltou para dentro. Cerca de um minuto depois, ele cambaleou para fora de casa, sangrando, e disse ao vizinho: “Ela me esfaqueou!”. Ele recebeu quatro facadas no peito.

O vizinho que tentou socorrer Glenn, Frank Booth, afirmou em uma entrevista que essa noite ficará na cabeça dele para sempre. Ele contou que estava no jardim lavando seu carro quando Glenn se aproximou pedindo o chá. Ele nem imaginou que tinha mais alguém na casa de Glenn, porque ele sempre estava sozinho e ele não comentou que tinha visita. Frank pediu para ele voltar em cinco minutos que ele entregaria o chá, já que ele estava do lado de fora todo molhado.

Cerca de um minuto depois ele levou um susto quando viu Glenn sair de casa novamente segurando o peito, sem conseguir respirar e dizendo que estava morrendo. Frank correu para ligar para a emergência. Apesar de todo o sangue que estava saindo do peito de Glenn, ele estava falando normalmente e disse que precisava se sentar. Depois ele perguntou se podia deitar e Frank o ajudou a deitar no banco do carro. Foi aí que Glenn disse “ela me esfaqueou”, sem explicar quem seria “ela”.

O cachorro de Glenn saiu correndo de dentro da casa e ele pediu a Frank que fosse pegá-lo e que o levasse de volta para dentro, mas Frank se recusou porque não queria deixar o vizinho sozinho. Quando a ambulância chegou Glenn já estava morrendo. A última coisa que ele conseguiu dizer para Frank foi que ele cuidasse do cachorro. Os paramédicos informaram que uma das facadas atravessou o coração dele e que mesmo que eles chegassem ao local dois segundos após ele ser esfaqueado, não seria possível salvá-lo.

No meio da comoção no quintal de Frank, Sabina fugiu da casa de Glenn. Ela saiu correndo com um martelo na mão e batendo na própria cabeça com ele. Um motorista que passava viu Sabina fazendo isso e decidiu tentar ajudá-la. Ela começou a lutar com ele e os dois estavam brigando pelo martelo, quando ela puxou um tijolo e bateu na cabeça do cara, deixando ele atordoado. A essa altura, os paramédicos a alcançaram, mas ela começou a correr, e a perseguição terminou quando ela saltou de um viaduto de 15 metros de altura para a rodovia A50 super movimentada e cheia de carros passando em alta velocidade. Ela quebrou os tornozelos, fraturou o crânio e foi levada para o hospital.

Mugshot da Sabina
Fonte: R7

Em 6 de junho de 2008, Sabina foi presa enquanto ainda se recuperava no hospital. Ela recebeu alta em 11 de setembro de 2008, saiu do hospital de cadeira de rodas, foi presa e acusada de assassinato. Ursula também recebeu alta do hospital em setembro. Ela voltou para os Estados Unidos depois de ter passado algum tempo na Suécia. Ursula nunca foi acusada de nenhum crime. A última notícia que se teve dela foi que ela se tornou membro da Igreja do Sagrado Coração em Belle Vue, Washington. De acordo com o site da igreja, em uma publicação de abril de 2011, Ursula recebeu ritos de escrutínio e se abriu para ser iluminada e curada por Cristo e libertada do vazio, ilusões e efeitos do mal propensos à morte.

Ursula na igreja em Washington
Fonte: Facebook

O julgamento de Sabina estava agendado para fevereiro de 2009, mas foi inicialmente suspenso devido a dificuldades em obter seus registros médicos na Suécia. Em 2 de setembro de 2009, Sabina se declarou culpada de homicídio culposo com responsabilidade diminuída. Ela não explicou nenhuma de suas ações e respondeu “sem comentários” a todos os questionamentos.

Em nenhum momento o vídeo do incidente da rodovia M6 no ano anterior foi usado como prova no tribunal. Tanto a acusação quanto a defesa alegaram que Sabina estava louca no momento em que cometeu o assassinato, embora ela tivesse ficado sã novamente na época do julgamento. O advogado de defesa alegou que Sabina sofria de uma síndrome psiquiátrica chamada folie à deux, enquanto a promotoria afirmou que ela sofria de bouffée délirante.

Folie à deux pode ser traduzido como “loucura a dois”, e também é conhecido como transtorno psicótico compartilhado. É uma síndrome psiquiátrica na qual os delírios ou alucinações são transmitidos de um indivíduo para outro. Como ocorre com a maioria dos distúrbios psicológicos, a extensão e o tipo de delírio variam, mas os sintomas da pessoa não dominante se assemelham aos do indutor.

Então Ursula correu para a frente do caminhão que se aproximava, sofrendo ferimentos graves. Sabina imediatamente imitou as ações de sua irmã gêmea entrando na frente de um carro que se aproximava. Foi afirmado pelos médicos que Sabina sofria de folie à deux “secundária”, influenciada pela presença de sua irmã gêmea, Ursula – a “primária” ou indutora.

A segunda síndrome psiquiátrica com a qual ela foi diagnosticada, bouffée délirante, é um transtorno psicótico agudo e transitório. A palavra francesa bouffée é frequentemente traduzida como um sopro de ar. A palavra délirante significa exatamente isso, delirante. Uma tradução razoável do termo seria algo como um sopro de loucura. O bouffée délirante é um transtorno psicótico de curta duração.

Ambos os distúrbios são extremamente raros. Por causa desses dois diagnósticos, o juiz concluiu que Sabina tinha um nível “baixo” de culpabilidade por suas ações. Não é um daqueles casos em que o réu poderia ter feito algo para evitar que o surto começasse, até porque ela nunca havia sido diagnosticada com nenhum tipo de distúrbio mental.

Ela foi condenada a cinco anos de prisão. Como ela já tinha passado mais de um ano na prisão antes do julgamento, ela foi libertada sob condicional em 2011 e seu paradeiro atual é desconhecido. Alguns comentários online sugerem que ela ainda está na Europa, talvez na Noruega. E as filmagens que estavam sendo feitas no dia do incidente se tornaram um especial da BBC, lançado em 2010, chamado “Madness in the Fast Lane” (Loucura na via expressa).

Documentário lançado pela BBC
Fonte: BBC

Muitas perguntas ficaram sem resposta. Alguns pediram uma investigação sobre a forma como o sistema de justiça criminal lidou com o assunto, incluindo Peter Molloy e um membro do parlamento britânico. O irmão de Glenn, Gary, criticou o sistema judiciário, que foi o que possibilitou o assassinato.

Gary disse que ele próprio e a família não responsabilizam Sabina, da mesma forma que não culpariam um cão raivoso por morder alguém, já que ela estava doente e não era responsável por seus atos. Mas o transtorno mental deveria ter sido reconhecido no hospital, antes dela ter sido liberada pela justiça. De fato a condição mental dela deveria ter sido devidamente avaliada depois do incidente da rodovia. Se isso tivesse acontecido, Sabina teria sido detida por mais tempo e a morte de Glenn seria evitada.

Teorias:
Sabina não agiu sozinha

Em 2012 foi lançado um livro chamado “A Madness Shared by Two”, que em português seria “Uma loucura dividida por dois”, do autor David Cann, e que fala sobre o caso das gêmeas Erikssen. E no livro o autor afirma ter analisado as evidências que existem relacionadas à morte de Glenn e que Sabina pode não ter sido a responsável pelo assassinato do homem.

Capa do livro do David Cann
Fonte: Amazon

David tomou conhecimento do caso depois de assistir ao documentário da BBC. Ele disse que enquanto assistia ao programa já começou a imaginar que havia mais na morte de Glenn do que parecia. Ele entrou em contato com a jornalista investigativa Sharon Mackellar, que o ajudou a escrever o livro.

E a teoria que David levanta em seu livro é a primeira que eu quero compartilhar com vocês. Ele afirma que Sabina foi liberada da custódia policial logo após o incidente na rodovia M6 porque ela estava sob vigilância da força policial. Ele inclusive disse também que ele próprio costumava se envolver com gangues, drogas e bebidas, então, com o passar dos anos ele se acostumou com o sistema legal e como certas coisas acontecem.

David ainda acrescenta que em uma ocasião ele próprio estava sob vigilância e foi parado por dirigir alcoolizado. Mas logo que ele chegou na delegacia e eles perceberam que ele estava sob vigilância, ele foi liberado. E a Sabina era uma mulher que cruzou uma rodovia, atrapalhou o trânsito, foi atropelada, e foi liberada da custódia depois de cerca de cinco horas. Para ele isso não faz sentido.

O autor também acredita que os ferimentos de Glenn Hollinshead foram causados ​​por duas facas distintas. David diz que viu as imagens das feridas nas fotos da autópsia e para ele é óbvio que duas facas diferentes foram utilizadas no ataque. Além disso, a falta de ferimentos nos braços, que indicariam uma tentativa de defesa, também sugere que ele foi segurado.

A família de Glenn, inclusive o irmão dele Gary, apoia o livro de David e acredita essa teoria está correta. Gary afirmou em uma entrevista que o autor, a equipe que trabalhou com David no desenvolvimento do livro e a família dele e de Glenn encontraram muita resistência ao tentar descobrir a verdade, e que agora ele pode dizer categoricamente que não foi Sabina (pelo menos não sozinha) que atacou e matou seu irmão.

O problema é que além das afirmações de David ao longo do livro, não há mais nenhuma evidência que indique que duas armas diferentes foram usadas ou que outras pessoas poderiam estar envolvidas no caso. O próprio David não mostra no livro nada a respeito da pesquisa que ele fez. Não tem fotos, não tem documentos, não tem nem uma conversa com algum legista ou médico para quem ele tenha mostrado as descobertas dele que apoiem essa versão dos fatos. É só ele mesmo contando o que ele acha que descobriu.

A polícia se recusou a comentar sobre esse livro ou sobre as alegações de David Cann e da família de Glenn.

Para mim isso é só especulação. O que me deixa intrigada é que a família do Glenn acredita completamente nisso. E eu não faço ideia do porquê. Então até que me provem o contrário, é só uma teoria.

Elas são Super Soldados criados pelo MK-ULTRA

Projeto MK-ULTRA foi o nome dado a um programa clandestino e ilegal de experiências em seres humanos criado pela CIA. Esse projeto começou no início dos anos 1950 e continuou até pelo menos o fim dos anos 1960. Há pesquisadores que afirmam que o programa provavelmente foi apenas interrompido ou escondido, tendo prosseguido clandestinamente.

O New York Times expôs esse programa em dezembro de 1974, seguido por um Comitê do Senado e outras investigações governamentais. Entre outras coisas, foi descoberto que o programa MK-ULTRA foi usado para aperfeiçoar técnicas de interrogatório (através de torturas), para criar outras personalidades para as missões de espionagem que utilizavam agentes infiltrados e para experimentar drogas em indivíduos que se voluntariavam ou que eram forçados. A ideia por trás dessas práticas era colocar a mente em um estado de choque, onde ela poderia então ser reprogramada.

Embora o MK-ULTRA tenha feito experiências predominantemente em adultos, ele também submeteu as crianças a um programa destinado a criar super soldados e espiões.

Foto divulgada pelo New York Times de um experimento feito com uma criança no projeto
Fonte: New York Times

Os experimentos feitos na Eleven em Stranger Things foram vagamente baseados nisso. E algumas pessoas acreditam que as irmãs Eriksson foram resultado de tais experimentos. Isso explicaria como elas conseguiram sobreviver sendo atingidas pelo caminhão e pelo carro em alta velocidade, como Sabina escapou de várias pessoas tentando contê-la com uma força sobre humana (nas palavras dos próprios policiais) e também explicaria por que o caso não foi mais falado e como as irmãs (principalmente Sabina) sumiram desde então.

Também há quem acredite que elas estavam possuídas por entidades muito fortes e muito ruins. Mas claro, não há nenhuma prova disso.

Elas eram traficantes de drogas

Isso talvez explique os muitos telefones celulares que elas tinham e as mil libras em dinheiro, porque elas protegiam sua bagagem com tanto afinco e talvez até porque estavam fugindo – mas não explica muito mais.

Segundo o comentário de um local num post do Reddit, parece que todo mundo na cidade de Stoke-On-Trent, onde ocorreu o assassinato de Glenn e o incidente na rodovia, sabe que Sabina estava carregando mil libras em dinheiro e que ela teria sofrido uma tentativa de assalto.

A paranoia dela na casa de Glenn parecia ser em relação ao dinheiro que carregava. E ninguém sabe a origem desse dinheiro.

Eles estavam fugindo

Pessoalmente, acredito que faz sentido que elas possam ter fugido do parceiro “abusivo” de Sabina, mas isso não explicaria por que ela deixou os filhos com o parceiro, e nem parece ter nada a ver com a maluquice na rodovia ou com o assassinato de Glenn.

A gente sabe que mesmo depois de ter chegado na Inglaterra com Ursula, Sabina ainda estava muito preocupada com os filhos, tanto que foi até em uma delegacia de Liverpool para que investigassem se eles estavam bem.

O irmão mais velho das gêmeas deu uma entrevista muito, muito curta para uma publicação de notícias sueca, afirmando que elas estavam sendo perseguidas por lunáticos e foram forçadas a fugir e correr para o meio da autoestrada. “Elas preferiram levar um caminhão na cara do que ser estupradas por vários homens. Eu faria a mesma coisa se fosse mulher”, foi o que ele afirmou.

No fim das contas eu acho que o surto duplo, apesar de muito raro e improvável, é a possibilidade que faz mais sentido… Apesar de deixar de explicar muita coisa, tipo:

1) Por que elas deixaram a Irlanda?

2) Como elas não apenas sobreviveram ao atropelamento, mas ainda puderam ameaçar policiais e, no caso de Sabina, correr para os carros novamente?

3) Por que as malas das duas estavam cheias de telefones celulares?

4) Por que Sabina não foi detida por mais tempo após o incidente na rodovia ou por que não foi realizada uma avaliação de sua saúde mental?

5) O que ela quis dizer com a citação sobre múltiplos acidentes?

6) Por que nenhuma testemunha do ônibus em que elas estavam se apresentou desde então?

O que você acha? Pessoalmente, este caso me deixou perplexa – não apenas por causa dos eventos que aconteceram, mas pela falta de informações que se seguiram desde então. Claro que pode ser tão simples quanto um dos diagnósticos originais – talvez Sabina (ou ambas as irmãs) estivessem sofrendo daquelas síndromes psiquiátricas e isso pode ter dado a elas forças para o que quer que tenha acontecido na rodovia – mas acho que nós nunca saberemos com certeza.

 

Referências:
Formidable Joy
Wikipedia
BBC
Stoke On Sentinel
This is Stafford Shire
Vice
Ranker
Reddit
Diablo Gazette
YouTube

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