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Amy Bradley – a mulher que desapareceu em um navio no Caribe

Em março de 1998, Amy Bradley e sua família embarcaram no que seria a viagem das suas vidas, um cruzeiro de uma semana pelo Caribe. Mal sabiam eles que as férias dos sonhos se transformariam em um pesadelo quando Amy desaparecesse de sua cabine. Mais de 20 anos se passaram e as pistas de seu paradeiro são poucas. Mas há avistamentos confiáveis ​​para sugerir que ela está viva e sendo mantida em cativeiro.

Antes de começar a te contar essa história e a entrar em detalhes sobre o caso, eu tenho uma novidade para te contar, meu fiel leitor! Você deve ter percebido que durante esse mês de novembro não teve nenhuma publicação aqui no blog. A última atividade foi o especial de Halloween nas redes sociais, que terminou com a publicação do artigo sobre a morte de Kevin Sova. Eu não abandonei o meu sofá e as minhas investigações, muito pelo contrário! O blog ficou sem posts porque eu comecei um novo projeto que eu acho que vocês vão gostar muito. O detetive do sofá vai ganhar um podcast! Eu já tenho os cinco primeiros episódios gravados e na próxima quinta-feira, dia 03 de dezembro de 2020, o primeiro episódio será lançado. O anúncio oficial nas nossas redes sociais será feito no decorrer da próxima semana, então você está sabendo da novidade em primeira mão porque veio ler esse artigo. Inclusive você já pode adicionar o Detetive do Sofá no Spotify (https://open.spotify.com/show/1tjKWuPoOa8ECH54r7WTjW) ou em algum outro aplicativo que você use para ouvir podcasts, e escutar o episódio zero, que é uma pequena apresentação da detetive do sofá. Espero que vocês gostem da novidade (eu acho que os episódios estão ficando bem legais) e que também gostem desse artigo sobre esse desaparecimento misterioso que me deu medo de fazer um cruzeiro. Muito obrigada pelo seu apoio. Vamos ao que interessa.

Amy Lynn Bradley nasceu em Petersburg, na Virgínia, tinha 23 anos e tinha acabado de se formar na faculdade. Ela estava prestes a começar a trabalhar em um novo emprego e seus pais, Iva e Ron, queriam passar as últimas férias em família com Amy e seu irmão Brad antes que essa nova fase de sua vida começasse. Inicialmente ela estava apreensiva de ir num cruzeiro, mesmo sendo uma nadadora forte e uma salva-vidas treinada. Mas ela deixou as preocupações de lado e resolveu se divertir com a família.

A família embarcando no navio
Fonte: Reddit
O desaparecimento

Em 21 de março de 1998 os quatro membros da família Bradley embarcaram no navio da Royal Caribbean, chamado de Rhapsody of the seas. O navio saiu de Porto Rico com destino à Curaçao, nas Antilhas. Era um navio de cruzeiro típico, que levava mais de duas mil pessoas a bordo e onde a família se divertiu muito na primeira noite. Na terceira noite, a família se arrumou para o jantar com o comandante, que é um tradicional evento de gala em cruzeiros. Uma foto de Amy com seu irmão Brad foi tirada pelo fotógrafo do navio naquela noite.

Amy e Brad
Fonte: Reddit

Depois do jantar, a família se dirigiu ao convés superior do navio para uma festa. À 1h, os pais de Amy se retiraram e voltaram para a cabine para dormirem, enquanto Amy e Brad foram para a boate do navio. Às 3h30, Brad saiu da boate e voltou para o quarto, deixando Amy no local dançando e conversando com os membros da banda que tocava no navio, além de vários outros passageiros. Amy voltou para o quarto cerca de meia hora depois, e os dois irmãos conversaram um pouco sobre os planos para o dia seguinte. Brad então foi para a cama, deixando Amy sozinha na varanda da cabine.

O pai de Amy acordou um pouco antes do nascer do sol e viu Amy sentada na espreguiçadeira da varanda. Ele voltou a dormir e quando ele acordou novamente, por volta das 6 da manhã, ele percebeu que Amy não estava mais na varanda. Ron se levantou e foi checar os filhos. Ele viu Brad dormindo em sua cama, mas a cama de Amy estava vazia e ainda arrumada. Ele notou que os sapatos de Amy ainda estavam no quarto perto da porta, mas seus cigarros e seu isqueiro não estavam em lugar nenhum. Pensando que Amy havia ido fumar no deque superior do navio, Ron foi procurá-la.

O navio Rhapsody of the Seas
Fonte: Unsolved Mysteries

Nessa madrugada, o navio iria atracar em Curaçao às 7 da manhã para os passageiros desembarcarem e passarem o dia na ilha. Ron não conseguiu encontrar Amy em lugar nenhum e foi alertar sua esposa Iva. A família pediu à tripulação que anunciasse que eles estavam procurando Amy, mas tiveram o pedido recusado porque eles não queriam assustar os outros passageiros. Depois de implorar aos oficiais do navio para não deixarem nenhum passageiro sair, o desembarque começou. Os oficiais não queriam decepcionar os milhares de passageiros a bordo, e todos estavam livres para descer em Curaçao.

As buscas

Os oficiais do navio realizaram sua própria “busca”, mas não encontraram nada. Eles também disseram para a família que o cronograma planejado seria mantido e que se eles precisassem de mais tempo na ilha para procurar a filha, a família deveria ficar em Curaçao para fazer o que achasse necessário.

A família Bradley então, se sentindo sem opção, decidiu ficar na ilha, onde eles contataram a embaixada americana para obter ajuda. O FBI também se envolveu e descobriu que uma busca completa não havia sido feita no navio, e que apenas as áreas comuns foram examinadas. O FBI e a família voaram para encontrar o navio na próxima parada, para que pudessem embarcar novamente e começar uma investigação de verdade.

Um promoter que estava no cruzeiro por ter sido contratado para gravar vídeos de um grupo de amigos, procurou a família de Amy e entregou a eles uma filmagem que ele havia feito na boate na noite do desaparecimento. Nessa filmagem é possível ver Amy dançando e de mãos dadas com um homem chamado Allister Douglas, também conhecido como Yellow. Ele era um membro da banda do navio: a Blue Orchid. Duas meninas também disseram que viram Allister e Amy juntos às 5h30 da manhã saindo do elevador panorâmico do navio, que levava à boate.

Imagem tirada do vídeo da noite anterior ao desaparecimento
Fonte: Find Amy Bradley

Também havia uma passageira chamada Elizabeth que adoeceu alguns dias antes do cruzeiro e estava tomando antibióticos. Ela não podia pegar muito sol, então percebeu que se passasse seu tempo na área da boate, ela poderia ver e participar bastante do que acontecia navio. Na manhã do desaparecimento de Amy, ela acordou cedo porque queria desembarcar em Curaçao e foi para a boate porquê da janela panorâmica que havia no local ela conseguiria ver o navio atracar no porto. Enquanto Elizabeth estava sentada lá, ela viu Allister Douglas e Amy saírem dos grandes elevadores de vidro e caminharem até o bar da boate. Allister aumentou a música e trouxe um copo para Amy que continha uma bebida escura que parecia ser café. Logo após disso, Elizabeth voltou à sua cabine para buscar sua bolsa e desembarcar em Curaçao.

Boate do navio
Fonte: Websleuths
As investigações

As declarações de Elizabeth foram verificadas pela polícia e ela até passou no teste do polígrafo e testemunhou perante o Grande Júri durante o processo que a família abriu contra a Royal Caribbean alguns anos depois (e que infelizmente não deu em nada).

É claro que depois do surgimento do vídeo e do depoimento das testemunhas, o FBI procurou Allister e o interrogou. Ele afirmou que quando as buscas por Amy começaram no navio ele estava dormindo em sua cabine, que não havia estado com Amy na boate de madrugada e nem pela manhã. Ele se submeteu a um teste do polígrafo, mas o resultado foi inconclusivo. Não havia mais nada que o ligasse ao desaparecimento de Amy, então ele foi liberado. Logo após o final do cruzeiro ele foi despedido pela Royal Caribbean por ter confraternizado com os passageiros, o que é contra as normas da empresa.

Allister Douglas
Fonte: Facebook

O interrogatório de Allister fez com que Brad se lembrasse de um estranho encontro que teve com ele e com um outro funcionário do navio. Na manhã em que Amy desapareceu, Allister e Eduardo Cabrita, um dos garçons do navio, vieram até Brad e disseram que sentiam muito pelo desaparecimento de sua irmã. Brad então começou a se perguntar como eles poderiam saber que Amy estava desaparecida, já que o desaparecimento dela não era público no momento em que eles fizeram esse comentário.

A mãe de Amy também se lembrou de um evento estranho que aconteceu durante o jantar de gala na noite anterior ao desaparecimento. O fotógrafo do cruzeiro tirou fotos de todos os passageiros com seus trajes de gala e, em seguida, colocou-as à venda do lado de fora do restaurante. Todas as fotos em que Amy estava haviam sumido. O fotógrafo disse à família que se lembrava de ter imprimido sim e até lhes mostrou a listagem com os números de cada foto e uma miniatura ao lado, mas até hoje não se sabe quem tirou as fotos de Amy do quadro ou por que elas sumiram.

A investigação do FBI no navio não resultou em nenhuma prisão e o navio acabou atracando e liberando todos os passageiros. Brad e Ron voltaram a Curaçao para procurar Amy várias vezes ao longo dos anos, sem sucesso. Foi só quando o programa America’s Most Wanted fez um especial sobre Amy que novas pistas vieram à tona.

O primeiro avistamento

Em agosto de 1998, cinco meses após o desaparecimento de Amy, um engenheiro de computação canadense chamado David Carmichael estava em uma praia em Curaçao onde viu uma garota sendo levada por dois homens de aparência muito suspeita. David relatou o seguinte: “Em agosto de 1998, eu e meu amigo, Brian, estávamos mergulhando na ilha de Curaçao. Notei três pessoas caminhando na praia. Uma delas era uma mulher, e ela estava acompanhada por dois homens. Ela tinha duas tatuagens. Uma delas era de uma lagartixa, a outra era de um demônio da Tasmânia. A mulher caminhava na minha direção. Ela começou a olhar para mim. Quando ela estava prestes a dizer algo, o sujeito fez um gesto para que ela se afastasse. Em maio de 1999, eu vi a história de Amy no Most Wanted. No minuto em que vi sua foto e vi seu rosto, eu percebi que era a garota na praia.” David voou para a Virgínia para encontrar os Bradley e para dar seu testemunho aos investigadores que conduziam o caso.

A praia onde Amy foi vista
Fonte: Amy Bradley is Missing

Os investigadores perguntaram se David conseguiria reconhecer os homens que estavam com Amy quando ele a viu, e para surpresa de ninguém, no momento em que ele viu uma foto de Allister Douglas ele o reconheceu como um dos dois homens que intimidavam Amy na praia. David Carmichael foi uma testemunha extremamente valiosa para os Bradley. Ele e seu amigo Brian foram capazes de descrever Amy em detalhes muito específicos. Eles descreveram suas várias tatuagens que não eram de conhecimento público na época. David trabalhou em estreita colaboração com o FBI assim que percebeu que tinha visto Amy em Curaçao. Ele inclusive foi procurado por advogados da Royal Caribbean, que desejavam desacreditar a identificação de David de Allister Douglas como um dos homens que estavam com Amy na praia, com medo do que isso faria à imagem da empresa.

É claro que o FBI imediatamente enviou pessoas à ilha para procurar por Amy logo que David deu seu depoimento, mas não conseguiu encontrar nada.  O FBI tem autoridade limitada em outros países e só pode agir se for convidado a integrar alguma operação local. Então eles não puderam ir atrás de Allister ou interroga-lo novamente só porque dois canadenses relataram ter visto ele com Amy. E as autoridades de Curaçao até hoje não cooperam com o FBI nessa investigação.

O golpe

No outono de 1999, um homem chamado Frank Jones contatou os Bradley e afirmou que era um detetive particular, que queria oferecer seus serviços à eles porque descobriu que gangsters colombianos estavam mantendo Amy refém na ilha de Curaçao. Ele também afirmou ser um ex-membro das Forças Especiais Americanas (SEAL) e se ofereceu para organizar a operação de resgate de Amy.

Frank alegou que tinha uma testemunha ocular da localização de Amy, uma cozinheira que descreveu com precisão as tatuagens dela e até uma canção de ninar que ela ouviu Amy cantar (uma canção que a mãe cantava pra Amy quando ela era criança).

Frank Jones
Fonte: Amy Bradley is Missing

Dois outros ex-SEALs da Marinha foram enviados a Curaçao para determinar especificamente a localização de Amy. Quando Frank exigiu mais dinheiro para financiar uma operação de resgate, os Bradley pediram provas concretas de que sua filha estava realmente sob vigilância da equipe de Frank Jones. Ele enviou fotos de uma mulher tatuada que realmente se parecia muito com Amy e os Bradley lhe pagaram mais de US$ 210.000,00.

A família Bradley foi instruída a voar para a Flórida e aguardar uma ligação de Frank assim que Amy fosse recuperada. Eles esperaram em um hotel por uma semana antes de receberem uma ligação de um dos associados de Frank e descobrirem que toda a operação era uma fraude. Esse associado também havia sido passado para trás. A cozinheira, as fotos, os colombianos e a casa vigiada não existiam. Frank, que nunca tinha estado nas Forças Especiais, foi preso e acabou confessando a fraude e recebeu uma sentença de cinco anos de prisão e uma ordem de restituição. Ele devolveu o dinheiro dos Bradley após a condenação em 2005, mas muito tempo já havia sido perdido.

O segundo avistamento

O caso permaneceu arquivado até maio de 2002, quando o suboficial William Hefner, do navio US Chandler, procurou a polícia para contar que em 1999 ele estava bebendo no bar de um hotel em Curaçao, que era mais conhecido na cidade por ser uma espécie de bordel onde as prostitutas faziam ponto, quando uma mulher sentada numa mesa próxima o notou falando inglês, aproximou-se dele e disse que seu nome era Amy Bradley enquanto implorava por ajuda. Ele disse a ela que havia um navio da Marinha há cinco minutos dali, mas ela disse que não podia ir embora e continuou pedindo ajuda, até que três homens apareceram e a levaram dali. William não relatou o que houve para ninguém na época, porque ele estava em serviço e o hotel Stelaris, por ter má reputação, era considerado uma área proibida para os oficiais. E ele também era casado e não queria que a esposa descobrisse que ele estava em um bar rodeado de prostitutas no Caribe.

O hotel quando ainda estava de pé
Fonte: Wikipedia

William também não sabia quem era Amy Bradley e não tinha ouvido falar do desaparecimento dela. Somente em 2002 ele viu a foto de Amy na capa da revista People, percebeu que era a garota do hotel e contatou a polícia e a família dela. O FBI foi atrás dessa pista, mas o hotel havia sido completamente queimado. Não sobrou absolutamente nada do prédio para contar história.

O terreno onde era o hotel hoje em dia
Fonte: Websleuths

William Hefner testemunhou no grande júri que viu Amy no Hotel Stelaris. Ele também passou nos dois testes de polígrafo conduzidos pelo FBI. Ele até hoje recusa dar entrevistas sobre o caso, porque se sente muito desconfortável e culpado por não ter relatado ao navio ou à polícia quando Amy disse quem era e pediu sua ajuda.

O terceiro avistamento

Um ano depois que as informações dadas por William vieram à tona, Amy foi avistada pela terceira vez, agora em São Francisco. E por mais inacreditável que pareça ela ter sido vista em seu próprio país, esse é um dos avistamentos mais precisos e confiáveis de Amy Bradley de acordo com o próprio FBI. É claro que no início, esse avistamento deixou todos coçando a cabeça, inclusive eu, que já sabia sobre vários detalhes do caso, mas nunca tinha nem ouvido falar que Amy foi vista em São Francisco.

O píer em São Francisco
Fonte: Reddit

Ela foi vista em 18 de abril de 2003 no Pier 39, chamado de Fisherman’s Wharf. Amy estava com dois homens andando ao seu lado, como nos outros avistamentos, enquanto eles observavam um músico que tocava no cais. Ela foi reconhecida por algumas testemunhas, mas quando notaram uma movimentação estranha na área, os homens a puxaram pelo braço e a levaram embora dali antes que a polícia pudesse chegar onde eles estavam. Eles literalmente agarraram Amy e correram quando perceberam que ela havia sido identificada. E muitas testemunhas assistiram isso acontecer.

O FBI enviou um de seus melhores artistas de Quantico para São Francisco para trabalhar em retratos falados de Amy e dos dois homens que estavam com ela. Esses retratos falados são extremamente precisos e o artista passou muitas horas com as testemunhas para cria-los. Eu só realmente não consigo entender como esse, que é o mais importante dos avistamentos, praticamente não é comentado em fóruns ou outros artigos que falam do desaparecimento da Amy. Talvez isso se dê pelo fato de que seu desaparecimento aconteceu vários anos antes da evolução da internet e dos fóruns de pessoas desaparecidas surgirem, então ela não teve a cobertura que as pessoas desaparecidas têm agora. As fotos abaixo são dos retratos falados dos dois homens e de Amy.

O quarto avistamento

Houve outro avistamento em 2005, quando uma mulher chamada Judy Maurer afirmou ter visto Amy no banheiro de uma loja de departamentos em Barbados. Judy afirmou que estava entrando no banheiro quando uma mulher apareceu com quatro homens. Os homens pareciam estar ameaçando a mulher para garantir que ela “se comportasse”. Quando a mulher entrou no banheiro também, Judy se aproximou dela para saber se estava tudo bem e a mulher disse que seu nome era Amy e que ela era da Virgínia. Os homens escutaram o barulho de conversa, entraram no banheiro e mandaram Amy sair. Eles foram embora e Judy procurou a polícia para contar o que havia acontecido. Um retrato falado foi elaborado a partir desse avistamento, mas não deu em nada.

O retrato falado de Barbados
Fonte: FBI
As fotos adultas

Também em 2005, a família recebeu um e-mail que continha três fotos de uma mulher. As fotos pareciam ser um anúncio de um bordel, como se fosse parte de um “cardápio” das mulheres que havia no local. As fotos em questão mostram uma mulher seminua em poses sexualmente sugestivas que se parece bastante com Amy. São fotos muito tristes, onde a mulher parece ao mesmo tempo perturbada e desanimada, claramente sendo obrigada a fazer aquilo.

Essa é a única das três fotos que eu vou publicar, porque as outras duas são (ainda mais) inapropriadas. Também quero deixar claro que essa foto já circula por aí há anos, em todos os sites e fóruns que discutem o caso. Essa é a única razão para eu postar a foto aqui.
Fonte: Amy Bradley is Missing

As fotos foram rastreadas até o site de um resort de acompanhantes na Ilha Margarita, na Venezuela. Foi descoberto que as fotos foram publicadas um ano antes naquele site. O resort, que já não existe mais, foi investigado na época, mas nada foi encontrado que ligasse Amy ao local. Os donos alegaram que as fotos vieram de Curaçao e que aquela mulher não era uma das acompanhantes oferecidas pelo resort. Mas eles também não esclareceram porque eles postaram a foto de uma mulher que eles não ofereciam e de quem exatamente eles receberam aquelas fotos.

Quando a família Bradley esteve no programa do Dr. Phill, uma das fotos foi divulgada e um especialista do FBI foi ao programa fazer a comparação da mulher da foto com Amy. O especialista disse ter certeza de que Amy era a mulher nas fotos baseado em características de sua estrutura facial.

Essa é a última pista sólida conhecida de Amy Bradley, afinal essa é uma investigação em andamento, sobre a qual o FBI não pode divulgar mais informações. Mas eles fazem questão de afirmar que não é um caso arquivado e que eles ainda trabalham no caso de Amy.

A teoria de Brad

A família acredita que Amy foi escolhida durante o cruzeiro por alguém que trabalhava para a Royal Caribbean ou era passageiro do cruzeiro. E após conversar com Brad eu também acredito que ela foi vítima de um sequestro, que inclusive havia sido planejado para acontecer na noite anterior, quando Amy foi convidada por Eduardo Cabrita para ir com ele e outros membros da tripulação a um bar em Aruba. O bar em questão se chama Carlos e Charlies, e é o mesmo local onde Natalee Holloway desapareceu, sete anos depois (mas isso é só uma curiosidade relacionada a um outro caso).

Eduardo Cabrita
Fonte: Websleuths

Brad me contou que no segundo dia de viagem, o navio atracou em Aruba e a família Bradley alugou um jipe ​​e fez um tour pela ilha. Foi quando eles voltaram ao navio que Amy recebeu o convite de Eduardo, que ela imediatamente recusou. Ela disse para Brad e para os pais que não iria a lugar nenhum com os garçons porque os achava meio assustadores, solícitos e a cercando demais. Nesse dia a família jantou junta e participaram de um concurso de limbo a noite.

Amy e os pais juntos no cruzeiro
Fonte: Reddit

A família acredita que provavelmente estava “programado” que Amy fosse sequestrada na noite anterior, quando o garçom ansioso queria que ela fosse para o bar em Aruba. “Eu acho que teria sido muito mais fácil drogá-la em um bar e fazê-la desaparecer à noite, em uma ilha, do que em um navio. Ela poderia simplesmente ser levada de Aruba e não retornar ao cruzeiro, como aconteceu com Natelee anos depois. Ela seria dada como uma pessoa desaparecida em Aruba e o navio e a empresa não teriam nada a ver com isso. Pessoalmente, acredito que tirá-la de dentro do navio de cruzeiro era um plano B e envolvia muito mais riscos”, disse Brad.

O bar Carlos and Chalies de Aruba
Fonte: ABC

Eduardo Cabrita foi entrevistado pelo FBI na época do desaparecimento, e nessa entrevista ele mentiu bastante, inclusive afirmou que Iva, a mãe de Amy, tinha perguntado a ele e a outros membros da tripulação o que aconteceria se alguém caísse do navio. Iva nunca teve nenhum tipo de interação com Eduardo, e muito menos estava perguntando isso por aí. Ela fez vários pedidos para que Eduardo passasse pelo polígrafo, mas não sabe se isso aconteceu ou qual foi o resultado.

O que aconteceu com Amy?

Apesar da investigação intensiva, de toda a exposição do caso na mídia e de uma recompensa de US$ 25.000,00 oferecida por qualquer informação que leve ao retorno seguro de Amy, o caso do desaparecimento de Amy Lynn Bradley permanece sem solução. O que aconteceu com Amy? Existem tantos enigmas e perguntas a serem respondidas. Ela caiu no mar? Ela foi sequestrada? Ela fugiu? Ou foi vendida como escrava sexual e, em caso afirmativo, quem estava por trás disso? Além disso, por que uma linha de cruzeiros próspera como a Royal Caribbean mentiria sobre a extensão de sua busca pela jovem desaparecida e então ofereceria tão pouca cooperação? A empresa estava apenas tentando lavar as mãos e se livrar da má publicidade, ou estava envolvida de alguma forma e tentando encobrir rastros? A essa altura, o fato é que ninguém realmente sabe as respostas para nenhuma dessas perguntas e, na ausência de outras pistas ou evidências, parece provável que continue assim por muito tempo. O mistério do desaparecimento de Amy Bradley permanece tão desconcertante agora quanto era quando ela desapareceu.

O pôster mais recente lançado pelo FBI
Fonte: FBI

O que você acha que aconteceu com Amy? Me conta a sua teoria aqui nos comentários ou nas redes sociais do Detetive do Sofá. A gente se encontra no próximo artigo aqui do blog ou lá no meu novo podcast.

 

 

Referências:
https://historydaily.org/amy-lynn-bradley-disappearance-everything-we-know
http://charleyproject.org/case/amy-lynn-bradley
https://unsolved.com/gallery/amy-bradley/
https://mysteriesrunsolved.com/2020/06/amy-lynn-bradley-disappearance.html
https://abcnews.go.com/Primetime/story?id=131968&page=1
https://thehueandcry.com/amy-lynn-bradley/
https://filmdaily.co/news/amy-lynn-bradley/
https://www.ranker.com/list/facts-about-amy-lynn-bradley/philgibbons

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