Olá detetives! Hoje é dia de falarmos novamente sobre Alissa Turney. Eu já tinha prometido para vocês que faria um segundo artigo a respeito do desaparecimento dela e não há momento mais propício do que esse, já que nas últimas semanas houveram evoluções significativas no caso. Se você segue o Instagram do @detetivedosofa você já sabe exatamente do que se trata. Se não segue, tá esperando o que? E além de te contar as novidades, eu também vou compartilhar muitas descobertas que me ajudaram a entender melhor toda essa história.
Se você não se lembra tão bem da história de Alissa ou quiser reler o primeiro artigo, clique aqui. Desde março muita coisa aconteceu. Sarah Turney começou um podcast chamado Voices for Justice, onde ela fala do desaparecimento da irmã com uma riqueza de detalhes incrível, ela também começou a usar o Tik Tok para chamar atenção de uma nova geração para o caso de Alissa. Inclusive no Tik Tok ela postou um vídeo caseiro onde Alissa está usando a linguagem de sinais americana e fez um apelo para que alguém a ajudasse a descobrir o que Alissa queria dizer.
Sarah também me deu acesso aos arquivos que ela possui, e são mais de três mil páginas de investigações, burocracia, entrevistas com todas as pessoas envolvidas no caso e que conheciam a Alissa. Sarah também me contou mais sobre a história familiar dela, e me botou em contato com Steven Strahm, o pai biológico da Alissa.
Pois é, eu avisei que tinham muitas novidades… Vamos começar!
Steven Strahm
Minha conversa com Steven foi por telefone e apesar dele não ter tanto o que falar a respeito do desaparecimento da filha, ele me explicou algumas coisas que eu tinha muita curiosidade de saber sobre o passado da família, sobre Barbara (a mãe de Alissa e Sarah), sobre Michael, entre outras coisas. Hoje em dia Steven está casado novamente e tem mais duas filhas.
A primeira coisa que eu perguntei foi sobre o fim do casamento dele com Barbara, e ele me explicou que foi ela quem resolveu pedir a separação e o pegou de surpresa com a decisão. “Bárbara falou que gostaria de se separar e que gostaria que eu saísse de casa. Perguntei porque e o que estava acontecendo, mas ela não disse. Resolvi sair para dar um tempo a ela para pensar, achando que ela mudaria de ideia quando refletisse melhor, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, pouco tempo depois ela própria entregou a casa (que era alugada) e foi morar com Michael Turney”.
Steven nunca tinha ouvido falar de Michael, mas depois ficou sabendo que ele e Barbara se conheceram em um playground onde ambos levavam os filhos para brincar, e que Michael simplesmente decidiu que teria aquela mulher para ele e passou a mandar flores e presentes todos os dias para o trabalho dela, além de começar a persegui-la. Depois de algum tempo Barbara admitiu para Steve que ela e Michael já estavam tendo um caso há meses. Os dois homens foram apresentados quando Steven foi levar as coisas dela para a casa nova.
Alguns meses depois, ele se mudou para a Califórnia, e eu questionei o porque dele ir para outro estado, já que mesmo com a separação ele continuava sendo o pai e tinha direito à visitar a filha, e a resposta dele não me surpreendeu: “Eu buscava Alissa às quartas feiras e finais de semana. Na primeira semana foi tudo bem. Na segunda semana Barbara me pediu para levar o John comigo também, mas eu respondi que só o levaria se ela desse uma autorização por escrito. Ela não deu, então levei só Alissa. Na terceira semana quando fui buscá-la me disseram que Alissa não estava em casa. Daí em diante tudo só piorou. Barbara e Michael decidiram não me deixar mais ver Alissa. Faziam de tudo e inventavam todas as desculpas possíveis para me manter longe dela. Até tentei procurar o juiz, mas ele disse que por causa do acordo da custódia, Barbara determinava o que era melhor para a filha porque ela tinha só 2 anos. Então eu resolvi ir para a Califórnia, porque me se senti sem escolha e sem saída”.
Perguntei se ele achava que essa ideia de proibir Alissa de vê-lo era influência de Michael, mas ele acha que não necessariamente. Bárbara já não se interessava em deixar John ver o pai biológico dele, então pode ter sido coisa dela mesmo ou dos dois.
Uma coisa que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha era como Michael conseguiu adotar Alissa, sendo que ela ainda tinha um pai, e isso ele também me explicou. “Eu estava no trabalho e recebi uma correspondência informando que precisava ver o juiz para falar da pensão que eu pagava para Alissa. Contratei um advogado e fui à audiência. O juiz tinha uma carta do Mike em que ele estava exigindo aumento da pensão. Eu expliquei para o juiz que era impedido de ver ou ter qualquer contato com a minha filha, ele me escutou, perguntou quanto eu ganhava e decidiu que iria diminuir pela metade o valor da pensão, ao invés de dar o aumento que Michael queria. Ele também perguntou se eu sabia que Michael tinha adotado minha filha, mas é claro que não! Ninguém tinha me avisado ou entrado em contato comigo para cogitar essa hipótese. Foi tudo feito ilegalmente, sem eu assinar nada. O juiz disse que eu não poderia ter contato com Alissa até ela completar 18 anos. Michael alegou no processo de adoção que o pai biológico não podia ser encontrado, mas ele me encontrou facilmente quando foi para pedir o aumento da pensão”.
Nessa época ele já estava casado com Karen, sua atual esposa, e o casal decidiu procurar um advogado para resolver essa situação. O advogado os informou que esse processo iria custar mais de cinquenta mil dólares, e mesmo assim não era garantido porque a criança nem o conhecia mais. Então eles acabaram desistindo.
Steven e Karen sempre pesquisavam sobre Alissa para saber onde ela estava morando, se estava bem, para tentar ver fotos dela crescendo. Geralmente era na época do aniversário dela que ele e a esposa faziam essas pesquisas, e o aniversário de 17 anos de Alissa foi especial, porque Steven estava muito feliz, já que faltava pouco para ele finalmente poder entrar em contato com ela. Em 2001, alguns meses após o aniversário de 17 anos, ele foi pesquisar para ver se estava tudo bem com ela e viu um pôster de desaparecida. Ele e Karen de cara acharam que Michael devia ter feito alguma coisa. Mas como eles não sabiam o que estava acontecendo na vida dela, eles só podiam esperar para ver o que aconteceria.
Foi somente em 2008 que a polícia entrou em contato com ele, perguntando se ele era o pai biológico de Alissa Turney. O informaram que ela estava desaparecida desde 2001, coisa que ele já sabia, e o perguntaram se ele sabia onde ela poderia estar e desde quando não a via. Pediram para ele ir a Phoenix para conversar com os detetives e coletarem o DNA dele. A teoria de Steven é a mesma de todos nós, que Alissa estava sendo abusada, ia fazer 18 anos, Michael ia perder o controle que tinha sobre ela, seria denunciado, e então resolveu tomar uma atitude para impedir que isso acontecesse.
Sarah Turney
Como eu já mencionei no início, Sarah me deu acesso à mais de três mil páginas de documentos do caso de Alissa, que eu passei os últimos meses explorando. Ela também dividiu comigo alguns arquivos de áudio e vídeo, tanto familiares quanto pertencentes à investigação. Um desses arquivos era a gravação da entrevista que os dois detetives responsáveis pelo caso, Andersen e Somershoe, conduziram com a própria Sarah enquanto os mandados de busca e apreensão eram conduzidos na casa dela. Foi durante essa conversa que eles explicaram para ela porque Michael Turney era o principal suspeito e o que estava acontecendo na casa dela naquele exato momento. Nessa época, em 2008, ela ainda nem cogitava a hipótese do pai ser responsável pelo desaparecimento da irmã. Mas foram as coisas que aqueles detetives falaram e as coisas que eles encontraram na casa que abriram os olhos dela.
Durante a gravação os detetives contaram para Sarah que o pai dela era o principal (e único) suspeito pelo desaparecimento de Alissa. Eles explicaram que Michael foi a única pessoa que não colaborou com as investigações, e que se recusou a ir à delegacia prestar um depoimento formal. A polícia investigou todas as possibilidades, todas as pistas, todas as pessoas cujos nomes foram mencionados no caso, e a única possibilidade que restava era a do pai dela ser culpado.
Eles também revelaram para Sarah que o namorado da Alissa na época do desaparecimento, Jon, suspeitava de Michael. Em sua entrevista, Jon afirmou que Alissa contou para ele que Michael tentou abusar dela e que ela estava em prantos quando revelou isso a ele. Sarah chega a questionar e falar que é claro que isso era mentira, mas o detetive Andersen informa que Jon não foi o único a trazer o abuso sexual à tona. Dois irmãos de Alissa e Sarah também contaram exatamente a mesma história que Jon para eles.
Em certo momento, os detetives começam a falar para Sarah a respeito da família dela por parte de mãe, e como as tias e avó de Sarah também suspeitavam de Michael, e ela fica perplexa ao descobrir que ainda tem uma avó viva. Os policiais então explicam que de fato ela tem avó, tios e primos por parte de mãe, que inclusive mandavam cartões de aniversário com dinheiro de presente todos os anos para os três netos, mas que nunca receberam uma resposta ou um telefonema das crianças, porque Michael escondia ou jogava fora os cartões. Eles também perceberam que quando mandavam cheque para um dos três, os cheques não eram descontados.
As emoções de Sarah são bem perceptíveis ao longo da gravação, ela fica frustrada e com raiva dos detetives em alguns momentos, chocada com as coisas que vai descobrindo, ela grita, ela chora. Não consigo nem imaginar as coisas que estavam passando pela cabeça dela enquanto escutava aquilo tudo. E na metade da conversa as coisas pioram, porque o detetive Somershoe avisa para ela que naquele exato momento um esquadrão está na casa dela executando um mandado de busca e apreensão. Sarah chora e pergunta se pode sair. Os detetives explicam que não queriam que ela estivesse lá para assistir, por isso pediram para ela ir até a delegacia conversar com eles naquele momento. Uma busca também seria feita na antiga casa deles, do outro lado da rua, onde a família morava na época do desaparecimento.
Sarah fica revoltada e começa a brigar com os detetives dizendo que o pai tem problemas psiquiátricos e sofre de depressão, e ela deveria estar lá com ele para apoiá-lo nesse momento. E o detetive Andersen explica que o medo deles era que ela estivesse lá exatamente porque Michael é mentalmente instável, tem armas, e sabe manuseá-las bem. Eles perguntam se Sarah tem outro lugar para ficar, com algum parente ou amigo, porque eles precisariam trazer Michael em custódia para uma entrevista formal e coleta de DNA. Ela fica muito nervosa, continua chorando, bate a porta e sai. Assim termina a entrevista.
Um amigo de Sarah que esteva na casa na noite anterior à execução do mandado afirma ter reparado que havia uma van vigiando a casa, e provavelmente vigiando o Michael. Então, se o amigo da Sarah de 20 anos reparou que a polícia estava vigiando, é muito provável que Michael, que já foi policial e tinha experiência (e paranoia), também tenha reparado. Na minha opinião, isso torna ainda mais perturbador tudo o que foi encontrado na casa naquele dia, porque se presumirmos que ele sabia que iam entrar na casa e teve tempo de esconder coisas importantes, e mesmo assim há um relatório de 15 páginas de artigos perturbadores que foram retirados do local, eu fico só imaginando do que ele pode ter se livrado.
O detetive Somershoe, que entrevistou Michael quando ele foi levado para a delegacia, contou para Sarah em uma entrevista para seu podcast Voices for Justice que Michael afirmou que seu plano era explodir o sindicato (aquele que eu já mencionei algumas vezes no primeiro artigo) e enviar o manuscrito escrito por ele para os jornais. E depois disso ele ia cometer suicídio para chamar atenção para o caso de Alissa. Ele também pediu para ser internado numa clínica psiquiátrica e para que o detetive avisasse Sarah que ela deveria esquecer dele e seguir a vida.
Relação dos principais (e mais perturbadores) artigos retirados da casa de Michael Turney
Lembre-se, o relatório possui mais de quinze páginas de conteúdo, e TUDO é estranho e perturbador. Mas aqui estão os itens que mais me chamaram atenção:
- Camisa preta escrito POLICE em branco;
- Duas cartas de suicídio seladas, uma para Sarah e outra para Michael Junior;
- Binóculos de visão noturna;
- Carteira de identidade com o nome de Gary Wayne Morris e a foto do Michael;
- Sacola com uma peruca, tinta para rosto e maquiagem;
- Colete a prova de balas;
- Placa de caminhão da chevrolet de 1992;
- Manual sobre dois componentes utilizados para criar explosivos;
- Caderno com um desenho e manual de como fazer uma bomba escrito a mão;
- Livro sobre como criar bombas e granadas de efeito moral;
- CD-ROM com diversas carteiras de habilitação de outros estados em branco para botar o nome que a pessoa quisesse, além de outros tipos de documentos de identificação;
- Mapa do estado da Califórnia, mapa da floresta nacional de Prescott e um mapa dos desertos da Califórnia, todos com anotações escritas a mão nas laterais e alguns pontos marcados com um X;
- Papéis e livros que falavam de como identificar o horário e a quanto tempo aconteceu uma morte e sobre decomposição de cadáveres;
- Fita vhs mostrando cenas de estupro e sadomasoquismo, editada de tal forma que essas cenas se repetiam em looping;
- Relatório da polícia e fotos da cena do crime de quando o irmão dele James atirou na esposa Donna (a gente logo nota que essa é uma família muito normal, estruturada e com pessoas muito sãs);
- Impressão de uma página da internet sobre corpos não identificados, incluindo especificamente o corpo e os dados de uma mulher que nunca foi identificada que estava com o nariz fraturado;
- Duas cópias de um bilhete que dizia “eu te amo Alissa, pai” e embaixo estava escrito “eu também te amo, eu só preciso dar um tempo, diga para Sarah que eu a amo”;
- Vídeos caseiros muito loucos que continham (na mesma fita) aniversários infantis, formaturas, e vários minutos de bondage porn e outros conteúdos extremamente perturbadores;
- Outra fita vhs que dessa vez começa com o vídeo, que parece ser filmado por Sarah, de uma discussão entre Michael e Alissa, mas como Sarah parece estar ligando e desligando a câmera só é possível ver alguns pedaços da discussão; e depois filmagens de duas adolescentes seminuas amarradas com os olhos cobertos, e uma delas se parece muito com Alissa;
- Práticas de Mike tentando imitar a letra de alguém num caderno;
- Duas cartas digitadas do psiquiatra que tratava de Mike (as assinaturas nas duas cartas parecem diferentes e são no mínimo questionáveis);
- Páginas em branco de receituários do psiquiatra somente com o que se parece a assinatura do médico.
Isso é claro, sem contar as diversas armas, munições, bombas, granadas, silenciadores e o manuscrito que eu já havia mencionado no primeiro artigo.
A família de Barbara
Na minha entrevista com Sarah, ela mencionou que sua família encontrou alguns documentos que mostram que Barbara levou Alissa para ser examinada por um médico aos 7 anos para verificar se ela estava sofrendo abuso sexual. “Até onde eu sei, os testes deram negativos, mas esses testes não mostrariam nada a não ser que houvesse penetração. Então nossa mãe pelo menos suspeitou que alguém poderia estar abusando de Alissa”.
Sarah também descobriu, dessa vez assistindo à uma entrevista do pai para a rede de TV ABC, que quando criança Alissa disse para pelo menos três pessoas diferentes que fazia sexo com o pai. Talvez isso tenha despertado as suspeitas de Barbara. Dependendo de quando isso tenha acontecido, poderia ter sido próximo o suficiente de seu diagnóstico de câncer e de sua morte, para que ela não tenha tido a chance de conseguir fazer algo a respeito.
Também é interessante notar que Sarah diz que suas tias lhe contaram que sua mãe, perto do fim de sua vida, estava expressando a preocupação de que Michael estava lhe dando morfina demais. Barbara coincidentemente acabou morrendo UM DIA ANTES de sua apólice de seguro de vida expirar.
Segundo as tias de Sarah, Barbara também foi uma vítima do marido. Não necessariamente uma vítima de assassinato (apesar de eu acreditar que sim), mas ele batia nela constantemente, coisa que ela escondia dos filhos para protegê-los. Ele também era extremamente irresponsável com as crianças, o que a deixava muito preocupada. Sarah chegou a ser atropelada três vezes quando era criança, e Alissa foi atropelada uma vez e quase morreu de overdose porque tomou remédios controlados do pai que estavam em cima da mesa, achando que eram balas.
Nessa época, após os incidentes das crianças, Michael chegou a ser internado em um hospital psiquiátrico, onde ficou três meses em tratamento, mas aparentemente voltou para casa ainda pior, mais agressivo, mais paranoico e mais irresponsável. Segundo uma de suas irmãs, Barbara chegou a começar a se preparar e juntar dinheiro para conseguir deixar o marido, mas logo começou a sentir dores e descobriu o câncer nos ossos e no pulmão.
Michael sempre tentava manter a família dela distante e com o mínimo de contato possível, mas quando souberam da doença de Barbara, todos os irmãos passaram a ir visitá-la constantemente. Eles se revezavam para que ela tivesse companhia todos os finais de semana, e para que eles pudessem ficar sempre de olho em Michael, ver as condições em que as crianças estavam sendo mantidas, e é lógico para ver de perto como Barbara estava e como o tratamento estava evoluindo. Michael então começou a gravar as visitas e as conversas que ela tinha com os parentes e amigos, inventou a mudança repentina para a Califórnia e isolou completamente Barbara da família.
Michael Turney
Não, eu nunca entrei em contato com Michael, nunca falei com ele, nunca nem cogitei essa hipótese, porque eu não conseguiria ser objetiva ou imparcial nessa entrevista. Logo que ele foi libertado da prisão, em 2017, ele deu uma entrevista para a rede de TV ABC, e foi uma entrevista bem completa, onde ele foi questionado sobre todas as coisas que nós desejamos saber. E foi a transcrição dessa entrevista que eu usei para obter o ponto de vista de Michael sobre o que ele acha que aconteceu com Alissa e o relato dele do que houve no dia do desaparecimento.
Ele conta que naquela manhã Alissa estava de bom humor, mas sempre haviam discussões em casa e a discussão daquele dia era sobre privacidade no telefone. Ele deixou Sarah na escola e depois deixou Alissa na escola dela, e afirma que nesse momento ela pediu que ele a buscasse na escola mais cedo porque ela queria evitar o namorado, Jon. “Alissa queria terminar com ele, mas tinha medo porque ele era um rapaz agressivo e que costumava gritar com ela e humilhá-la na frente de todos na escola. Ela chegou a me pedir que terminasse com John para ela, mas eu disse que não seria certo, que era o trabalho dela”.
Então ele a levou para almoçar em um restaurante local, onde eles voltaram à discussão do café da manhã sobre ele vigiá-la e protegê-la demais. “Alissa foi para o quarto dela quando chegamos em casa. Ela saiu pisando forte e disse que estava cansada disso, que eu era o problema. Não me lembro exatamente de tudo o que foi falado, mas discutimos algo sobre as câmeras de segurança, e então, eu saí porque tinha que ir buscar suprimentos para a casa e depois buscar Sarah na escola. Eu tento me lembrar desses detalhes. Achei que nunca esqueceria aquele dia, porque pesa muito na minha consciência. Eu me culpo. Não há outro pai para cuidar delas. Não há ninguém mais para culpar além de mim”.
Quando questionado sobre quando ele percebeu que Alissa estava desaparecida e o que ele fez em seguida, Michael diz que passou o resto da tarde tentando ligar para Alissa, mas achou que ela não estava atendendo porque viu que era ele quem estava ligando e ainda estava com raiva. Então logo que ele pegou Sarah, pediu para ela tentar ligar para a irmã de seu próprio telefone, mas Alissa continuou sem atender. Quando eles chegaram em casa e ela não estava lá, ele ficou preocupado: “eu pensei, bem, talvez ela tenha ido para o trabalho. Então eu liguei para o trabalho dela e eles disseram que ela não estava lá. Continuei ligando para o número dela, e eventualmente Sarah e eu entramos no quarto e vimos uma bagunça enorme. E então pudemos ouvir o telefone vibrando. Sarah encontrou o telefone e o bilhete, que estava próximo a ele. Quando lemos o bilhete meu coração parou completamente, e eu pensei que ia cair morto. Então eu comecei a ligar para todos que eu pudesse. Liguei para os irmãos dela e disse a eles que tínhamos um problema, que precisávamos reunir todos agora, e tínhamos que encontrar Alissa. Porque ela realmente fez algo estúpido, e precisamos ver se conseguimos encontrá-la”.
Eventualmente ele ligou para a polícia, mais tarde naquela noite. O oficial que o atendeu fez um relatório oficial, mas não enviou ninguém até a casa. Isso porque Michael afirmou que a filha tinha fugido para a Califórnia, e não que ela estava desaparecida.
Sobre o suposto telefonema que Alissa fez para casa uma semana após o desaparecimento, ele diz que foi um breve telefonema que ocorreu por volta das quatro ou cinco da manhã, e que não se lembra bem do que foi falado porque estava dormindo quando o telefone tocou e sonolento quando atendeu. Michael afirma que Alissa estava agitada, como se estivesse retomando a discussão de onde eles haviam parado. Ela queria ser deixada paz e a conversa estava meio confusa e unilateral. “Eu disse “É você, Alissa?” E então ela afastou o telefone de sua boca, se bem me lembro, e disse alguns palavrões e outras coisas, como “Deixe-me em paz”, e então o telefone ficou mudo. E é basicamente como eu me lembro. Mas foi principalmente me criticando pelo que eu tinha feito”.
Michael depois disso entrou em contato com a polícia informando que Alissa ligou e exigindo que eles tentassem rastrear o número do qual ela havia ligado. Então ele processou a companhia telefônica e após seis semanas conseguiu o tal número de telefone, que era da Califórnia. Ele ligou e descobriu que era um telefone público, e pegou o endereço do local com a pessoa que atendeu. Ele alugou um Mustang branco conversível e levou Sarah com ele para fazer a viagem. Chegando ao local ele e Sarah passaram alguns dias mostrando fotos de Alissa e perguntando se alguém a viu por ali, o que não deu em nada.
Ele também afirma que a polícia não fez nada para encontrar Alissa e que ele próprio foi quem conduziu uma investigação particular completa e muito bem documentada. “Eu fiz a maior parte da investigação. Gastei perto de US$ 20.000,00 procurando por Alissa. Fiz muitas viagens para a Califórnia e aluguei vários carros. No começo eu pensei que talvez ela tivesse tido ajuda de parentes para fazer isso e tentei falar com eles, mas por causa da morte da mãe dela e os problemas que tivemos naquela época, eles não falavam mais comigo”.
Sobre os vídeos das câmeras de segurança do dia do desaparecimento que sumiram, ele simplesmente diz que não havia nada de interessante então ele gravou por cima. E sobre as gravações de ligações que ele costumava fazer, as desculpas foram mais enroladas ainda: “Eu costumava gravar todas as ligações que chegavam para casa. Eu tinha um sistema automático que funcionava na maior parte do tempo. Quando Alissa ligou, era tipo quatro, cinco horas da manhã. E eu não tenho muito dinheiro, então tenho que reiniciar e virar a fita toda manhã, eu só troco se houver algo muito importante gravado. Eu ainda não havia feito isso naquele dia. Virar a fita… teria resolvido muitos problemas”.
Ele também foi questionado sobre o que ele acha que aconteceu com Alissa e disse “bem, a última vez que vi minha filha, ela estava viva. Essa é a verdade absoluta. Ok, ela me ligou uma semana depois. Foi a última vez que ouvi falar dela. Quanto a fazer algo com a minha filha, eu não sou um molestador de crianças. Nunca fui e nunca serei. Nunca mais ouvi falar dela. De modo nenhum. Ela pode estar com amnésia. Ela poderia ter sido sequestrada ou levada para outros países. Quero dizer, pode ter acontecido uma série de coisas. Eu e o governo podemos acreditar que ela está morta, mas isso não significa que ela está”.
John e Rhet Turney
As entrevistas da polícia com os irmãos de Alissa não revelavam tantas coisas interessantes quanto eu esperava. Ficou bem claro para mim e para a polícia que eles também acreditam que Michael é o culpado pelo que quer que seja que aconteceu com a irmã deles. Uma das poucas coisas que me chamou a atenção nas entrevistas de John com os detetives é que ele se lembrava de Alissa ter contado para ele que tinha pego 300 dólares do pai alguns meses antes dela desaparecer.
Eu não sei se você se lembra, mas no bilhete que Alissa supostamente deixou ela diz: “pai, tirei 300 dólares de você”. Alissa tinha seu próprio dinheiro no banco na época em que ela desapareceu. Dinheiro esse que continuou intocado por anos. Aquele bilhete sempre me deixou com a pulga atrás da orelha, porque não faz sentido com os acontecimentos daquele dia. E agora, esse depoimento do John só ajuda a comprovar o que eu já pensava antes, Alissa não escreveu esse bilhete no dia em que sumiu. Alissa escreveu esse bilhete meses atrás, quando ela de fato pegou 300 dólares de Michael e comentou com John. Na época ela devia estar pensando sim em fugir para a Califórnia, mas algo a fez mudar de ideia, porque nós sabemos que ela nunca havia fugido ou desaparecido antes. Michael Turney provavelmente achou o bilhete que ela havia escrito quando estava planejando fugir, e o guardou com ele. Talvez ele já estivesse planejando fazer alguma coisa com Alissa quando achou o bilhete, talvez ele só tenha guardado caso precisasse usar em alguma oportunidade. Fato é que Alissa não escreveu o bilhete no dia de seu desaparecimento. Escreveu alguns meses antes.
As entrevistas de Rhet Turney, outro dos irmãos de Alissa, com os detetives foram mais reveladoras. A primeira entrevista que ele deu para a polícia foi somente em 2009, após a prisão de Michael, porque ele tinha medo do próprio pai, então só se sentiu livre para contar o que sabia e falar o que pensava quando Michael já estava na cadeia. Rhet afirmou que sempre acreditou que Alissa era abusada pelo pai e achava o relacionamento deles muito estranho. Michael era muito obsessivo com Alissa e não falava dela e olhava para ela como um pai olha e fala de uma filha.
Ele teve certeza que Michael abusava de Alissa quando ela própria o contou chorando sobre o dia em que ele tentou estuprá-la no carro. Ela detalhou para Rhet tudo o que aconteceu, e ele falou que ela não deveria voltar para aquela casa. Inclusive ofereceu para que ela ficasse com ele e seu namorado na casa onde eles viviam, mas ela achou melhor não porque Michael com certeza teria uma reação explosiva e ela não sabia o que ele podia fazer.
Rhet e Michael nunca tiveram uma boa relação, pelo menos não desde a adolescência quando Rhet revelou para o pai que é homossexual. Ele se lembra que tinha quinze anos quando ele contou para Michael, e a reação do pai foi lhe dar tapas e socos na cara. Eles ficaram meses sem se falar, e desde então sempre tiveram uma relação fria e distante. Rhet afirmou nas entrevistas ser o primeiro filho a desconfiar que Michael pudesse ser uma pessoa ruim e fez algumas investigações próprias, conversando com membros da família de sua mãe e membros da família de Barbara Turney. Foi quando ele descobriu que Michael era uma pessoa extremamente violenta não só com as esposas, mas com as cunhadas também. E que ele inclusive já havia tentado estuprar todas as cunhadas e conseguido abusar de algumas.
Somente em 2008 Rhet ficou sabendo as circunstâncias reais do desaparecimento de Alissa. Ele não fazia ideia que Michael havia buscado ela mais cedo na escola e que ele não possuía um álibi para aquela tarde. Michael havia contado uma história diferente para cada pessoa a respeito daquele dia. Rhet acredita que Michael tirou Alissa da escola, levou-a para casa, a amarrou, estuprou e matou. Ele se lembra inclusive de uma vez em que ele chegou em casa e encontrou Alissa amarrada como punição por algo que ela havia feito e Michael não gostou. Ele chegou a ir até a prisão e perguntar para Michael se ele havia matado Alissa, mas Michael se fez de vítima e quando isso não funcionou, ficou completamente furioso com Rhet. Mas ele não respondeu à pergunta.
Quando os detetives perguntaram à Rhet onde ele acha que Alissa pode estar enterrada se Michael realmente a tiver matado, ele disse que acredita que o corpo deve estar no norte do Arizona, perto da casa do irmão de Mike, onde eles cresceram. E reafirmou que não tem a menor dúvida da culpa de Michael, porque ele teve os meios, a oportunidade e tinha motivos.
Análise da caligrafia do bilhete
Os policiais solicitaram que alguns peritos e psicólogos analisassem o conteúdo e a caligrafia do bilhete que Alissa escreveu. Para os peritos em grafologia, eles não deram nenhum contexto em relação ao caso, não falaram quem era Alissa nem que ela estava desaparecida, porque eles queriam uma análise completamente objetiva.
Relatório Grafológico:
A autora do bilhete escreveu “Pai” primeiro, o que indica que ele era mais importante na vida dela do que Sarah, apesar do sinal de + indicar que na visão dela os dois são iguais. Uma hipótese sugere que Sarah seja a madrasta ou namorada do pai. A segunda hipótese é que Sarah seja irmã de Alissa.
“Hoje” indica que Alissa escreveu o bilhete no mesmo dia que foi deixada na escola. Ela escreveu o pronome eu (I em inglês) em letra minúscula, o que sugere que ela se diminuía como pessoa (os pronomes pessoais em inglês sempre são escritos em letras maiúsculas). Ela provavelmente é uma pessoa insegura e passivo agressiva. Se esse realmente for o caso, isso indica que a dinâmica familiar é dominada pelo pai. Alissa não se sentia confortável em se expressar e ser ela mesma na sua casa, naquele ambiente. Ela escreve I em minúsculo todas as vezes durante o bilhete, o que comprova que ela era uma pessoa insegura. A palavra chave da frase “decidi” indica que ela contemplava outras opções além da Califórnia e que a decisão de ir pra Califórnia foi planejada em algum nível, não foi uma decisão espontânea. A palavra realmente sugere que Alissa já havia falado com o pai ou com Sarah (ou com os dois) anteriormente sobre ir para a Califórnia. “Estou indo” indica que Alissa estava no ato de ir pra Califórnia quando ela escreveu a carta. Uma hipótese é que ela conhecia alguém na Califórnia e tinha um lugar para ficar lá. O que parecia ser uma ideia distante da Califórnia aos poucos deve ter passado a ser um objetivo devido ao contraste da ideia que ela fazia da Califórnia e da vida familiar que ela possuía com o pai e Sarah.
“Você disse que não me queria por perto” sugere que Alissa e Sarah não se davam bem. Outra hipótese é que durante uma discussão ou briga Sarah tenha dito que não queria mais ter Alissa por perto, e Alissa adicionou mais significado às palavras do que foi realmente pretendido quando dito no calor do momento. Alissa usa as palavras de Sarah como um ataque passivo agressivo contra ela e uma desculpa para ir embora, fazendo Sarah se sentir culpada.
“Para isso que eu guardei o meu dinheiro” indica que a ação de ir embora foi deliberada e planejada. “Meu” indica que Alissa distinguia as coisas que pertenciam à ela das coisas que pertenciam ao pai ou Sarah. “Pai, tirei 300 dólares de você” mostra que Alissa tinha uma consciência porque ela admite ter pego o dinheiro.
Alissa assinou seu nome na diagonal, o que desvia do restante da carta. Uma hipótese é que a assinatura na diagonal é uma tentativa de Alissa de se individualizar. Outra hipótese é de que ela assinou o nome dela em um momento diferente de quando ela escreveu a carta.
Relatório Psicológico:
Há uma grande probabilidade de a carta ter sido escrita por Alissa, porque outra pessoa não teria usado I minúsculo com o pontinho decorativo característico dela. Ela escreveu todos os outros pronomes com letra maiúscula, para que o I minúsculo com pontinho decorativo fosse significativo. Alissa era insegura, se diminuía ou estava tentando se individualizar, o que é comum para pessoas dessa idade. Da perspectiva de Alissa, ela vivia em uma casa onde havia muita tensão interpessoal, e essa tensão devia estar ocorrendo por um período de tempo bem extenso. Uma hipótese é que Alissa estava tendo que competir pela atenção do pai, que estava sendo roubada pela Sarah. Ou que Alissa queria ter um pouco mais de independência e Sarah queria mais atenção. Consequentemente Alissa e Sarah estavam vivendo num ambiente de tensão que levou a uma discussão, e chegou ao ponto de Alissa resolver ir embora. Alissa parcialmente culpava Sarah pela sua decisão de ir pra Califórnia. Alissa pode ter escrito isso como um ataque passivo agressivo a Sarah. A hipótese de Alissa ser uma pessoa insegura indica que o pai a dominava, ao ponto dela preferir se retirar para dentro de si mesma, para se auto preservar. O pai dominante de Alissa combinado à sua introversão, fez com que ela passasse a se sentir insegura sobre si mesma. A única forma que ela tinha de ganhar controle sobre a própria vida era com ataques passivo agressivos, ou ela podia ir embora. Ela escolheu ir embora de casa. Se Alissa não tivesse um local específico para ir na Califórnia, é possível que ela tenha escolhido a Califórnia por causa da ilusão que geralmente se desenvolve que a Califórnia é a terra dos sonhos. A Califórnia virou o símbolo de uma vida melhor. Alissa tinha uma razão para ir pra Califórnia, as pessoas geralmente não escolhem a esmo um lugar pra fugir para, eles tem uma razão ou um propósito, real ou imaginário. Alissa provavelmente é quieta, submissa e ingênua, o que a faria suscetível a homens dominantes. Alissa é um alvo vulnerável à predadores e homens mal intencionados. Por que Alissa assinaria seu nome em algum momento posterior se ela estava escrevendo o bilhete no ato de fugir ou arrumar sua mochila para fugir? Não é como se eles não fossem saber que o bilhete era dela se ela não tivesse assinado. Eles conheciam a letra dela e ela era a única outra pessoa que morava na casa. Quando um adolescente resolve fugir e deixar um bilhete, ele raramente voltaria (seja de umas ruas de distância ou até mesmo da porta da frente) só para assinar o nome e garantir que saibam que foi ele que deixou.
Analisando o contexto do bilhete com Sarah, ela afirma que a primeira coisa que a chamou a atenção, assim que encontrou o bilhete, foi que o nome de Alissa estava assinado com letra maiúscula. Segundo Sarah, Alissa notoriamente assinava seu nome com um grande e bonito a minúsculo. E ela mencionou isso para a polícia desde a primeira entrevista em 2008.
Michael sempre afirmou que ele e Alissa brigaram durante o almoço, depois que ele a buscou na escola. Ele disse que ela estava chateada de não ganhar a liberdade que ela havia pedido para ter naquele verão que estava começando. Então ele a deixou sozinha em casa para se acalmar enquanto ele foi resolver coisas na rua. Mais tarde ele e Sarah chegam em casa, encontram e bilhete e Alissa está desaparecida. Mas se a briga dos dois aconteceu no almoço, porque ela escreveu que quando ele a deixou na escola ela resolveu que ia fugir? Se Alissa resolveu fugir pra Califórnia de manhã, depois de ser deixada na escola, então por que ter essa briga por liberdade no almoço com o pai? Ela já sabia que teria liberdade porque já havia decidido fugir. Por que não escrever que depois da briga no almoço ela resolveu fugir pra Califórnia?
É pura especulação, mas eu e Sarah acreditamos que o bilhete tenha sido escrito em um dia completamente diferente, foi encontrado por Michael e ficou guardado como um trunfo para quando / se ele um dia precisasse.
Michael Turney finalmente foi preso
No dia 20 de agosto de 2020 Michael Turney foi preso, acusado de assassinato em segundo grau, pela morte de sua filha adotiva Alissa Turney. Essa foi a melhor notícia que recebi sobre qualquer caso que eu já tenha pesquisado para o blog. Após anos de becos sem saída, um grande júri do condado de Maricopa, no Arizona, resolveu acusar Michael, graças, em grande parte, à busca implacável de Sarah por justiça.
Na coletiva de imprensa anunciando a acusação, o procurador do condado de Maricopa, Allister Adel, atribuiu a Sarah a ajuda para resolver o caso. “Sarah Turney, sua perseverança e compromisso em encontrar justiça para sua irmã Alissa é uma prova do amor de uma irmã, e por causa desse amor, a luz de Alissa nunca se apagou e ela vive nas histórias e fotos que você compartilhou”, disse Adel. “Essa paixão que você demonstrou durante sua jornada é algo que manterá a memória de Alissa viva para sempre”.
Todas as noites depois do trabalho, Sarah examina todas as suas contas de mídias sociais – TikTok, Facebook, Instagram, YouTube, Twitter – além de seu blog para ver se alguém apresentou novas informações ou dicas. Em seguida, ela se senta com os milhares de documentos relacionados ao caso de Alissa. “Você sabe a quantidade enorme de documentos que eu possuo, porque eu compartilhei grande parte com você. Mas eu li mais de 3.000 páginas de absolutamente tudo relacionado ao caso, que foi divulgado ao público pela polícia, eu assisti centenas de horas de vídeos caseiros e entrevistas que fiz com amigos e familiares de Alissa. E até que esse julgamento acabe e meu pai seja condenado, eu não vou parar”.
No dia dois de setembro Michael esteve frente a frente com o juiz e a promotoria pela primeira vez e se declarou inocente. O julgamento está marcado para começar no dia 15 de dezembro de 2020, às 11 horas. E é claro, você saberá de tudo que estiver acontecendo aqui no blog e no nosso Instagram.
Referências:
Voices for Justice
ABC News
12 News
Sarah Turney e os arquivos e documentos que ela me enviou
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